“O rótulo religioso não passa de uma experiência
transitória em determinada época do curso ascensional do espírito eterno.”
Ramatis
Os espíritos trabalhadores, designados de pretos
velhos, nos repassam constantemente uma lógica que infelizmente, nós encarnados
ainda estamos demorando em aplicar. Dizem eles, com sua maneira peculiar e
simples de expressão, que no “mundo dos mortos” não existe raça, cor ou credo
que diferencie as almas ou crie fronteiras, o que existe é o homem de bem e o
homem que desaprendeu de ser bom. Baseado nisso, nos falam das lágrimas que
insistem em cair de seus olhos, pela arrogância dos homens e de suas religiões
que acabam se distanciando de Deus, pela pretensão de se adonar d’Ele, impondo
a “sua” verdade.
As religiões ou os credos em geral, ainda existem
por necessidade de nossos espíritos que se diferenciam na escala evolutiva,
encontrando dentro de cada uma delas a melhor adaptação de “religar-se” ao
Criador. O que fica desvalorizado aos olhos da Espiritualidade Superior é o
combate que se trava entre os homens por questões religiosas como se vivessem
em eterna disputa, chegando ao absurdo das ditas “guerras santas”. Por enquanto
a humanidade percorre vários caminhos em busca dessa verdade, mas chegará o dia
em que o universalismo será pleno, então haverá um só rebanho para um só
pastor. E como acontece no “andar de cima”, formaremos uma única corrente de
trabalho, auxiliando a quem necessita, mostrando que a ferramenta mediunidade
tem um só objetivo: - a caridade! Fora isso, tudo o mais fica por conta de
nosso Ego.
A seguir alguns ensinamentos (``toques``) trazidos
por um destes queridos amigos espirituais:
Lá nos planos sutis, aonde vocês muitas vezes vão
quando dormem, mas ao acordarem não se lembram, existe uma grande família
espiritual a lhes esperar, velar e torcer por vocês. Quebrem a barreira
vibracional com sentimentos e pensamentos elevados, levando seus corações até
eles. Mate a saudade espiritual que existe dentro do seu peito. Deixe a
intuição fluir. Os guias espirituais não são mestres intocáveis que vocês devem
reverenciar, mas sim, são amigos de jornadas. Conheça - os, converse com eles,
trabalhem juntos, mas sorriam e brinquem juntos também. Eles estão te
esperando.
Mediunidade é coisa importante e séria, mas não
diviniza nem inferioriza ninguém. Vocês sabem disso. Tem gente que pensa que
ser grande médium é praticar fenômenos para “incrédulo ver”. Outros pensam que
é se vestir todo com uma fantasia, “virar os olhos” e “rebolar” bastante. Não!
Mediunidade é você trabalhar em parceria com os amigos do lado de cá para o bem
de todos, apenas isso.
Vocês complicam muito as coisas. Na verdade tudo é
muito simples. Pense na manifestação das criancinhas durante um processo mediúnico.
Existe algo mais simples e belo do que isso? Parem de julgar a manifestação mediúnica
ou a experiência do outro. Você pode até não concordar, mas caso para ele faça sentido,
deixe. É dele! Isso lembra muito a postura daquele que não consegue fazer
melhor e por isso mesmo vive a criticar e apontar o defeito dos outros. As experiências
espirituais muitas vezes são de foro íntimo, cada um busca a sua. E cada um
fique feliz com a sua!
Aprendam também que a dedicação e o estudo ajudam
muito. Mas o que realmente conta é o seu dia – dia, como pessoa comum, passando
pelo crivo do grande mestre que é a vida. Não adianta nada estudar muito e
praticar pouco, principalmente em relação a humildade, tolerância e amor.
Fazer caridade é muito bom. Se além disso buscam
esclarecer as pessoas, melhor ainda. Tem gente que acha que doando uma cesta
básica de Natal ao desencarnar será “salvo”. Outros ainda se acham muito
especiais e caridosos, verdadeiros missionários. Não caiam nessa bobagem.
Saibam que, em verdade, ao auxiliar os outros vocês ajudam a si próprios. E
quando fizer a caridade, também não apenas dê o peixe, ensine as pessoas a
pescarem. “Caridade de consolação” ergue a pessoa, mas depois que ela já está
de pé, está na hora de ensiná-la a andar, com a “caridade de esclarecimento”.
Pensem nisso! Caridade faça sempre que surgir a oportunidade de auxiliar o
irmão. Esclarecimento leve a todos os lugares, fazendo a sua aura brilhar e
contagiando as pessoas com alegria e vontade de viver.
Trabalho em grupo é coisa séria, deve haver
amizade, alegria, mas não é reunião social. Os guias escutam os seus pensamentos
e não estão nada interessados em suas preferências físicas, nem em suas
“paqueras” dentro do grupo, nem dão importância a isso. Tão pouco são cúmplices
das fofocas, guerras de vaidade e ciúmes que existem dentro do mesmo. Um
trabalho espiritual em grupo é uma benção e oportunidade única de evolução,
tanto de encarnados como desencarnados. Aproveitem bem!
Existe um montão de mestres esperando por vocês
desse lado, mas muitas vezes eles não conseguem lhes amparar, afinal vocês não param
de pensar no “vizinho”, ou como a vida é difícil e injusta com vocês…
Os Orixás, os Mestres, os Anjos, os Devas, todos
eles amam a humanidade. Caso queiram fazer um ritual a algum deles, tudo bem.
Mas lembrem - se sempre: Vela acesa só tem valor se o coração estiver aceso
antes. Caso contrário, não!
A energia de uma erva é poderosa e realmente cura,
mas antes, suas próprias energias e o respeito com a vida vegetal devem ser
grandes, caso contrário, é desperdício de tempo. Qualquer ritual de magia para
o bem é lindo e bem quisto pela espiritualidade, mas não se perca no meio de
muitos rituais e elementos e esqueça o essencial. O grande mestre da magia é o
coração, e a grande força motriz é a sua mente. Lembrem - se disso.
Não sejam espiritualistas pela metade. Durante o
dia vocês ficam pensando em espiritualidade, mas ao dormir, que é a grande hora
onde o espírito se liberta do corpo físico, vocês não pensam em nada, ficam com
preguiça e logo suas mentes são invadidas por um monte de coisas, adormecendo
na mais perfeita desordem. No mínimo orem ao deitar-se. Agradeçam o dia,
coloquem - se à disposição do aprendizado, aproveitem as horas de sono. Elas
são chaves de acesso ao crescimento espiritual. Meditem nisso.
Eu sou um preto-velho. Pouco importa minha forma ou
meu nome. O que importa é que eu sou luz, como vocês e todos nós, filhos da
Grande Luz. O sol brilha em meu coração, no seu e em toda humanidade.
Você
ainda tem preconceito em relação a raças?
Há culturas diferentes? Religião?
E
julgam- se espiritualistas?
Ora amigo, deixe disso!
Lembre – se: todos viemos
da mesma fôrma. Eu tenho apenas uma palavra para descrever o preconceito:
ignorância!
Ignorância também são as paredes e preconceitos
religiosos. Todos os mestres da humanidade pregaram o desprendimento, mas o que
os seus seguidores mais fazem é ter o sentimento de posse em relação a Eles. E
lá se vão guerras, ofensas e desarmonia entre uma religião e outra. E lá se vão
discussões infindáveis entre doutrinas diferentes. Todos os caminhos levam a
Deus, mas muitos acham que seu caminho é melhor do que dos outros, não é
mesmo?
Façam um favor à humanidade, meus filhos: vão voando nas asas do
universalismo ecumênico! E parem com essas bobagens…
Do lado de cá nós adoramos música. Ela rejuvenesce
a alma, acorda o coração e desperta a intuição. Aproveitem as músicas de qualidade.
Elas são ótimas e verdadeiro brilho e alimento para vossos espíritos. Também
escutem a música que os espíritos superiores cantam secretamente dentro do
coração de cada um. É a música da Criação, ela está em todos, mas só pode ser
escutada quando a mente silencia e o coração brilha. Pensem nisso!
Pensem também na natureza. Coloquem uma música
suave. Direcionem - se mentalmente a um desses sítios sagrados, verdadeiros
altares vivos do amor de Deus. Pensem na força curativa das matas, na força
amorosa e pacificadora das cachoeiras, da limpeza energética que o mar traz ao
espírito. Meditem neles. Isso traz sintonia, reciclagem energética e boa
disposição. Façam isso por vocês e fiquem bem!
Por fim, dediquem - se mais ao autoconhecimento.
Ele é muito importante. E um dia, mesmo que isso demore milênios, vocês se
conhecerão tanto que realmente descobrirão sua natureza divina. Nesse dia, as
cortinas da ilusão se abrirão e você verá o universo a sua frente. Não existirá
mais Orun* (céu) nem Ayê* (mundo material). Nem eu nem você. Apenas Ele…Pai e
Mãe dentro de nós mesmos!
Um Grande abraço
Pai Antônio de Aruanda e Fernando
Sepe (escrito por duas mentes em um só coração)
Para quem não sabe, Pai Antônio de Aruanda é uma
das amadas entidades representativas da falange dos Pretos Velhos que trabalham
na Umbanda e em muitas outras linhas de trabalho como no Espiritismo, muitas
vezes se apresentando com outra roupagem e aparência em virtude do preconceito.
Fernando Sepé é escritor e jornalista em São Paulo.
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