CALMA
Há um provérbio popular que estabelece que a
pressa é a inimiga da perfeição. Quem
é que nunca ouviu isto?
Naturalmente que esse provérbio deve querer dizer que se nós
fazemos as coisas, apressadamente, temos todas as possibilidades de cometer erros,
de esquecer coisas, de desacertar. Todos temos experiências em nossas vidas e é
muito comum percebermos como é que a pressa nos complica, nos agita, nos
excita. E, neste mundo no qual vivemos, o que mais tem é corre-corre e
estresses. As pessoas estão sempre agitadas, sempre atrasadas para algum
compromisso.
Quanto mais tempo se dá às pessoas menos tempo elas têm. Estamos
sempre correndo. Nunca
temos tempo. Algo não está certo.
Nos falta calma, tranquilidade. A calma é uma virtude ativa. A
pessoa é calma no pensamento, avalia o que tem para fazer, o que vai fazer,
como deseja fazer, qual é a intensidade do seu fazer. Uma pessoa calma. Ela tem
tudo já estruturado na mente mas não se assoberba.
Jesus Cristo nos propôs: Não vos atormenteis pelo dia de amanhã.
A cada dia já basta o seu afã.
Esse recado de Jesus Cristo é em prol da paciência. Se somos
pacientes, se formos pacientes não nos importe o dia de amanhã porque estaremos
conscientes de que o dia de amanhã não será outra
coisa se não a consequência do nosso dia de hoje.
Então, não nos vale sofrer pelo amanhã senão viver bem o dia de
hoje. No dia de hoje, se modela o amanhã, e se modela o futuro. Leva
tempo, exige nossa reflexão e o esforço pelo autoconhecimento e a reflexão.
É através do tempo que os
dias a noites que seguem, demonstrando a paciência de Deus. Colocamos uma
semente na terra e esperamos que ela germine, que ela cresça, floresça, possa
dar frutos. Nenhum lavrador colocaria a semente no chão e a semana que vem
desejaria colher os frutos dessa sementeira. Há que se ter paciência. Daí,
quando pensamos nessa paciência de Deus, gerando nas nossas vidas a
possibilidade de trabalhar, no tempo e no espaço, começaremos a verificar o
tempo que nós mesmos perdemos com as agitações, com as excitações.
Se tivermos que falar alguma coisa com alguém, falemos com calma.
A proposta dos bons Espíritos é por nossa ação positiva no caminho da calma. É
tão importante na hora que vemos que o sangue ferve, entrar para o quarto,
guardar-se no aposento, tomar um banho frio para relaxar. Não vale a pena dar
vazão ao temperamento, não vale a pena dar vazão às agitações do intimo.
Vale a pena, sim, trabalharmos pela manutenção da nossa calma.
Como nenhum de nós sabe, nesse ínterim, nesse interregno até quando o Criador
pretende que fiquemos por aqui, exercitemos a nossa calma enquanto é hoje. Não
é que nós vamos perder a calma, é que nós não deveremos nos perder na
excitação, na agitação. Quando pensamos na calma de Deus, verificamos o quanto
Ele nos espera, há quanto tempo nos aguarda. Só a partir de Jesus são dois
milênios que já se passaram. E como é que não terei paciência e calma diante
dos equívocos, dos erros, dos tropeços dos meus entes queridos, daqueles que me
cercam na trajetória do mundo? Calma sempre. Aja com calma.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 195, apresentado
por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Em
05.07.2010.
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