"As experiências que temos na vida é nossa evolução espiritual"

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Luxo na Umbanda? Necessidade espiritual ou vaidade dos médiuns?

Nas nossas “andanças” em busca do conhecimento, encontramos essa mensagem em um blog. Ela é um trecho de um artigo publicado no “Correio de Umbanda”.
Luxo na Umbanda: Por entendermos que o assunto é pertinente e de extrema importância, vamos divulgá-lo. Devemos sempre lembrar, que a Umbanda prega pela humildade e a simplicidade, propagando a Fé, Esperança e Caridade.

LUXO NA UMBANDA?
NECESSIDADE ESPIRITUAL OU VAIDADE DOS MÉDIUNS?

Vamos refletir sobre: "necessidade x vaidade x humildade".
- Não está acontecendo um exagero de vaidade na Umbanda (não da religião, mas dos adeptos)?
Entre muitos aspectos, podemos citar como exemplo a vestimenta e os paramentos. Quando o médium tem uma entidade ou outra que usa um apetrecho de trabalho (um chapéu, um lenço, uma bengala ou mesmo outro elemento), nota-se que a necessidade desse material é do guia, ou seja, aquele espírito usa o chapéu, o lenço, etc, para realizar seu trabalho, dentro do seu fundamento. Mas, quando TODAS as entidades que trabalham com o mesmo médium, ou todas do mesmo terreiro (mesmo em médiuns diferentes) precisam se paramentar, não seria mais coisa do(s) médium(ns), na maioria das vezes semi-consciente(s), do que do(s) espírito(s) atuante(s)?
Na internet, revistas e jornais, podemos ver com facilidade, fotos em que o mesmo médium (ou todos do terreiro), quando incorporado(s) apresenta(m)-se da seguinte forma: o baiano está vestido de cangaceiro, com falangeiros de seu Zé Pelintra (não concordo com o termo “linha de malandros”, usado pelos umbandistas mais novos) usa terno, bengala e chapéu, o boiadeiro parece um capataz ou um coronel fazendeiro, o caboclo se veste imitando um índio (já que o de modo geral, os artigos encontrados, como cocares, não são genuinamente indígenas, e muitos não têm nenhuma semelhança aos paramentos que eram utilizados pelos povos ancestrais de nosso continente, ou mesmo pelos índios atuais), o Ogum veste roupa de soldado romano e tem uma linda espada (se possível, cravejada de brilhantes), o erê traja roupas infantis (macacãozinho, vestidinho colorido, etc), o cigano com vestes características do povo (e lógico, quanto mais colorido, melhor), o Exu usa capa, tridente e cartola, o marinheiro usa uma “farda” como se fosse um autêntico capitão da marinha americana, etc. Isso quando não resolvem por um “trono” no meio do terreiro, colocando a entidade numa posição de rei dentro da casa (já existem tronos especialmente confeccionados para Exus e que são vendidos aos “olhos da cara” nas casas de artigos religiosos).
O que vocês acham?
Será que existem mesmo médiuns ou casas onde TODAS as Entidades atuantes precisam se paramentar?
Seria coincidência esses espíritos escolherem, todos ao mesmo tempo, esse médium ou essa casa, para se paramentar?
Isso não seria contrário ao principal lema da Umbanda: “HUMILDADE e SIMPLICIDADE”- tão ensinado pelos nossos sábios Pretos-Velhos?
A roupa branca (símbolo de igualdade), aos poucos estaria deixando de ser a FARDA dos soldados do exército do Pai Oxalá, já que até em dias de giras comuns estão usando roupas cada vez mais esplendorosas?
Será que festa de entidade ou orixá precisa mesmo desse luxo todo, deixando, às vezes, um local sagrado como um templo umbandista mais parecido com uma ala de escola de samba, onde todo mundo fica "fantasiado"?
Esse colorido todo não facilita a indução à mistificação, ou no mínimo, ao animismo, já que o médium que gastou tanto dinheiro com toda essa parafernália, não vai querer deixar tudo aquilo guardado?
Ou será que os guias, que sempre foram exemplos de humildade e simplicidade, é que são (ou estão ficando) cada vez mais vaidosos (o que não acredito)?
Irmãos de fé, filhos da nossa amada Umbanda: apesar do respeito às diferenças, certas questões poderiam e deveriam ser melhor estudadas ou revistas pelos seguidores do Mestre Oxalá, afinal de contas, a Umbanda veio para dar espaço a todos os filhos do Pai Celestial, principalmente aos simples e humildes (encarnados e desencarnados), muitas vezes não aceitos em outros segmentos religiosos.
Com toda essa parafernália utilizada atualmente, como os mais necessitados se encaixarão, já que muitos não podem comprar uma “roupa de Exu”, que muitas vezes, custa mais do que eles ganham por um mês de trabalho?
Lembremos que o brilho que devemos mostrar não é no luxo da vestimenta, ou seja, o lado externo, pois tudo isso é ilusório, já que roupa não tem força espiritual.
O que realmente importa é a essência divina que existe em cada um de nós, filhos de Deus (encarnados e desencarnados). Esse brilho, que brota no âmago do ser é que deve ser mostrado e melhor ainda, doado, a todos aqueles que necessitam. Isso sim agrada ao Pai, aos Orixás e seus Falangeiros de Luz.

SP. 19/01/2007
Sandro da Costa Mattos
APEU - Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba
Templo de Umbanda Branca do Caboclo Ubatuba.

Mensagem retirado do blog : Umbanda em Portugal - Terreiro de Umbanda Pai Oxalá e Mãe Iemanjá

3 comentários:

  1. Muito bom esse trecho, importante para que os médiuns reflitam, qual é a verdadeira mensagem da Umbanda.
    A Umbanda só precisa que seus filhos sejam humildes, que amem ao próximo, que lutem sempre pela verdade,pela justiça e pratiquem a caridade. A Umbanda é despida de preconceitos racistas ou qualquer outro, veio no sentido de agrupar em suas atividades escravos, senhores, pretos, brancos, nativos, exilados, imigrantes, descendentes, e todos os povos do mundo, sediados em solo brasileiro.
    E o ponto que reflete bem isso:

    "Surgiu no jardim mais uma flor,
    Mamãe Oxum trazendo paz e amor,
    Salve a Umbanda independente e sutil,
    Que vai crescendo, por este imenso Brasil.
    Bandeira branca de Oxalá, força do Além,
    Mãe caridosa que ao mundo deseja o bem...
    Vai sempre em frente, ó minha umbanda querida!
    Leva a doçura da vida para aqueles que não têm."

    ResponderExcluir
  2. Se todos os médiuns e as casas se vestissem de branco ,talvez a luxuria de alguns médiuns ficaria ofuscada .O branco simboliza igualdade e paz para todos.
    No centro em que estou ,mas parece um desfile de carnaval por ter tamanha abundancia de apetrechos e cores.Um abraço
    Muito axé.

    ResponderExcluir
  3. “Quando a cabeça fica muito erguida, não é possível ver o resto do corpo do qual faz parte”. A única Luz que deve brilha em um Terreiro de Umbanda, ou em qualquer Religião é apenas a de Deus Pai, OXALÁ. A Vaidade e a Luxuria são mãe e filha nos Sete Pecados Capitais. Já, a Humildade e a Simplicidade são a base de toda a Sabedoria que rege o Universo. O Mestre Jesus nos ensinou isso!!!

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.