OGUM MEGÊ
Amanhecendo... Muitos ainda dormiam, eu escutava o cavalgar dos
cavalos cada vez mais perto, gritos de ordem em nome de um Deus que para mim
era indiferente.
Espadas
e lanças tilintavam brilhando naquele alvorecer, flechas em chamas eram
lançadas sobre nossas casas. Corri... Me escondi... assisti a tudo
estarrecido... Quando de repente sou puxado pelo calcanhar, era pequeno e
frágil para os meus sete anos.
Comeram
a brincar comigo, jogando-me de um para o outro, como os gatos brincam quando
encontram um rato.
Eu
chorava, gritava, mas ninguém estava vivo para me ajudar.
Quando
ele chegou, pegou-me no ar, colocou-me em seu cavalo, com voz firme e grave
disse: Ele agora é meu. E saiu a galopar, eu pensei o que um cavaleiro forte,
alto, com sua armadura que reluzia num brilho intenso que ofuscava o olhar iria
querer com um simples e frágil garotinho.
Ele me
ensinou quem era seu Deus, que apesar de muitos cometerem sacrilégios em seu
nome, Ele era doce, justo e amoroso com seus filhos. Deus era justo e
misericordioso.
Me
ensinou a lutar, a ser acima de tudo honesto, leal e justo, ensinou me amar
Deus e ao próximo.
Enquanto
eu crescia e me tornava um jovem forte, ele envelhecia, mas mesmo assim ninguém
o derrotava seja nos treinos ou nos campos de batalha.
Até que
chegou a hora de sua partida, foi morto pelas mãos de outro menino que ele
havia recolhido e ensinado. Fora traição fiquei revoltado, mas seus ensinamentos
falaram forte dentro de mim, e assim continuei minha jornada até chegar a minha
hora de partir.
Sou
grato por tudo que ele me ensinou e principalmente pelo amor que ele sempre me
dedicou.
Nos
encontramos novamente, agora servindo a
Deus de outra forma, lutando nas batalhas para proteger seus filhos.
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