"As experiências que temos na vida é nossa evolução espiritual"

domingo, 28 de outubro de 2018

O BOM MÉDIUM E O MÉDIUM BOM

Como de costume, a insônia fez-me abrir os olhos às 3 horas da manhã. “Escutando” ao longe o toc-toc da bengala, antevia quem se aproximava. Como soe acontecer, Pai Joaquim se senta no seu banquinho ao lado da cama e me pergunta:

- Filho, qual é a diferença entre o médium bom e o bom médium?

O silêncio era proposital da parte dele. Esperava que eu respondesse. Mediante o meu silêncio, também proposital que significava “não sei se eu sei”, o negro velho voltou a falar:

- Nem todo bom médium é um médium bom.

Diante da sentença, o meu silêncio aumentava, agora pela questão de buscar mais tempo para refletir sobre o que tinha ouvido. Assim sendo, ele prosseguiu:

- Um bom médium é aquele que se entrega completamente ao serviço espiritual para que as entidades de luz possam “baixar” em uma gira. Ele incorporado deixa que o espírito que se acopla ao seu corpo energético conduza o trabalho de forma plena. O bom médium é uma referência para a assistência que acorre a um terreiro em busca de ajuda. “Aquele Caboclo é muito bom”; “Nossa, como a Preta Velha de fulana é certeira!”, estas e outras frases indicam o bom médium. O bom médium é um aparelho com alto grau de sensitividade.

- Já o médium bom é aquele que está para além da “perfeita incorporação”. O médium bom não está restrito ao momento em que está vestido de branco no terreiro, no dia de sessão.

Nem sempre o bom médium dá bom testemunho do que aprende na Umbanda. Em compensação, o médium bom é uma referência para todos que o conhecem como exemplo de pessoa íntegra, amorosa, fraterna, paciente e compreensiva. O médium bom é o que faz com que pessoas externas à religião formulem a seguinte frase: “A Umbanda, considerando como o fulano é, deve ser, realmente, uma religião que pratica o bem e faz crescer os seus adeptos.” O médium bom é o reflexo, na Terra, daqueles que vêm de Aruanda. O médium bom é um verdadeiro ser humano (na mais linda plenitude da expressão).

E a pergunta que encerrou a conversa foi: Você quer ser uma pessoa reconhecida porque que é um médium muito bom na tarefa de dar passagem às entidades ou prefere ser um médium reconhecido por ser um homem bom?

Por: Daniel Filho

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